Seguidores

segunda-feira, 8 de dezembro de 1997

PETIZ





PENAFIEL

PETIZ





Eu, menino, o olhar seguindo… de calções branquinhos, camisola às risquinhas botas e camisa de colarinhos, tudo alvo naquele sorriso pomba gira que mostrava alegria, confiança na vida que ali vinha, demonstrava segurança de quem tinha olhos do mundo, aquela cumplicidade que havia por ter amigos e a serenidade de um rosto seguro, traduzido por uns olhos meigos e queridos, ou não fosse eu pequenino.

Quem olhava para mim, menino num olhar de criança, levava substância de quem seria amado, transportava uma balança com dois pesos e uma medida…

Num prato o coração a transbordar de correntes que aproximam os seres que amam, e noutro o peso equilibrado dos corações apaixonados que tomam quantidades em doses doseadas de amor e renegam para sempre o ódio, a guerra, a inveja, a sedução, sem lugar para o ócio e a espera, pela negação de contrários que trazem coisas positivas nas paixões conseguidas – puras conquistas.

Quem olhava para mim pequenino, jamais poderá ser grande, se o minúsculo sentido que dá origem aos fluidos vitalícios do organismo, emprestar cor à vida, o ser grande… voltar a ser pequenino, e o pequenino ser enorme na sua pequenez, com amor infindo.

 Quem olhava para mim criança, sentia a paz ao redor como uma auréola anunciada - uma pomba de asa branca mensageira, que trazia aos sete ventos espalhada a nova guardada, há muito desvendado...

Se na simplicidade está o significado que clarifica, tudo que nos rodeia na memória dos homens e da humanidade, e o segredo que roubaram da arca da aliança… inviolável, e de menos importância, é o equilíbrio de quem vai e vem, entre o mal e o bem, é o elixir da vida, a fórmula do dia-a-dia, é o que eu sempre trago comigo – amor distribuído.