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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A MÃO ABSTRACTA









A MÃO ABSTRACTA





Com o polegar, se abraça o indicador e o médio, capacidade de tocar o mínimo e o anelar, maravilhosas extensões de assédio que não conseguem ficar madraças, tal o vício do toque inquietas, impossível ficar paradas…

São o sentimento dos poetas, e a mão amada com versos… os dedos, pergaminhos e desenhos de arquitecto que tornam belas as terras.

Os lindos dedos de mulher com anéis e pulseira que adornam carinhos de mãe, eternas amantes como Deus quer, fiéis de alma inteira como companheiras de bem.

As mãos que transformam a arte em fama, que nos fazem sentir a beleza com amor, amar com chama e sem dor, ou matar na guerra!
Viver com ódio assassino!

Matar maligno, cujos desígnios são do profundo inferno da terra… os dedos cheios de ouro calçados com finas luvas e de gestos efeminados, segurando a bengala prateada forrada com couro e terminada em calços dourados.
A mão que nada usa de unhas negras e calejadas, e anda de mão estendida querendo enganar a pobreza e a fome na miséria duns cobres, triste vida e almas sem nada.

A Mão Abstracta - mago do cosmos, chega na hora exacta… parece magia.

Uma pintura de Picasso com traços tortos e o decifrar misterioso do enigma, dão àquele punho o carimbo do artista…

Traça uma mancha preta imensa, tão negra que parece não ter fim de tão densa, com cubismos brancos e um rasto de tinta aos solavancos, cria um espaço que mete medo…

Umas formas redondinhas como sistema, um azul do planeta e uma cor laranja solar estorricado pelo segredo…

Sobressai um azul mar e um azul luar ao aumentar o azulado, dá a luz incidindo na criatura e logo outros traços arrebatados trazem espécies aos saltos com pintinhas como luas…

Naquele borrão dos dedos e unhas… inventa um Deus no cimo com uma cara… põe-lhe um título de gesso a descoberto… escreve A Mão Abstracta – Universo.