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segunda-feira, 10 de julho de 2000

SÓZINHO



/Em Tomar, Colégio Nun'Àlvares/

SOZINHO






Aos 11 anos de idade, no Colégio de Tomar, ouvia os risos que enchiam o pátio de recreio e sofria dessa dor sem nome de sentir a vida muito mais cedo do que os outros sentem.
É certo que lutava para compreender o menino triste, insensível à agitação em torno. Sabia que tinha medo do rumor que ouvia, mas também tinha medo do silêncio que devora.
As árvores dormiam como ilhas perdidas na sombra, e os minutos a passar como asas lançadas no espaço febril da minha insónia.
A solidão acorda tão fundo em meu espírito, que a certeza do vazio que demora, preenchida traz minha tristeza, e logo vem ao meu pensamento que minha liberdade está perdida.