NUNCA TE ESCREVI
UMA CARTA DE AMOR
Nunca te escrevi uma carta de amor com todo o amor de meu coração!
Nunca por ter uma razão!
Mas por sentir a causa deste ardor.
E esta, além do irreversível sentimento que transporto no meu peito para
toda a eternidade (acontecendo nos dias mudanças que o tempo não pára), tem o
significado da esperança no céu e na Terra – a gota que brotou do Universo e
caiu no mar germinando em amor, em tudo que nasce para a luminosidade da
criação.
Assim, caíste dentro de meu cosmos, como uma luz iluminando minha alma numa
fusão metade gémea, acordando meu ser adormecido para o mundo, num novo alento
e um novo sopro de fé na humanidade.
Nunca te escrevi uma carta de amor com todo o amor de meu coração!
Nunca por ter uma razão!
Mas por sentir a causa deste ardor.
Faço-o, porque os momentos de companhia fantasma são silêncios de palavras,
em que o olhar irradia paixão e o coração bate num sofrimento por não poder
estar livremente, quer estejas onde não queiras e eu queira onde tu estejas.
Vou imaginar que estás agora aqui… ao ver teu sorriso de anjo abraçando meu
corpo num calor abrasivo de amor eterno, querendo minha presença com a mesma
ansiedade de amante em puro desejo, tentando substituir as saudades e o
sentimento de quem é conivente com a junção do destino e uma grande devoção a
Deus de grande resignação e sacrifício.
Nunca te escrevi uma carta de amor com todo o amor de meu coração!
Nunca por ter uma razão!
Mas por sentir a causa deste ardor.
E sinto o vazio em tudo… estou sempre sentado na lua apoiando meus
pensamentos nos batimentos da tua alma, e na forma da Terra só vejo o teu rosto
adorado embelezando o paraíso com asas douradas e vestes brancas da concórdia.
Adoro-te da mesma maneira que sei não poder viver sem ti, por sentir que no
espaço do tempo ele pode parar mas continuará a viver na imortalidade, cúmplice
da chama que alberga nossa fórmula de amar.
Nunca te escrevi uma carta de amor com todo o amor de meu coração!
Nunca por ter uma razão!
Mas por sentir a causa deste ardor.
Como eu gostaria de sonhar abraçado, partilhar as tuas alegrias e
tristezas, rir, chorar, viver porque assim não é ar nem céu com realidade, não
é ninho de passarinho nem gemido de seus bicos, não é voo de águia majestosa
com suas esplendorosas asas rasgando os céus na sua missão selvagem, não é
trovão precedido de chuva com respeito maldito, não é o sol com seus girassóis
e raios de luz que dá cor ao nascimento de uma flor ou de uma cria, não é o
mistério da noite com a tua face virada para a lua nos momentos de reflexão
apaixonada, não é a natureza da terra celestial em comunhão com a natureza de
nossas paixões de alma, não são as mulheres, não são homens nem Deus mais
importantes que o sorriso do teu olhar, não são os mundos, a Terra ou a morte
que me impedem de te amar!
Nunca te escrevi uma carta de amor com todo o amor de meu coração!
Nunca por ter uma razão!
Mas por sentir a causa deste ardor.
És só tu… bastaria um gesto, e logo cairia em teus braços, seria o carinho
de um beijo beijando tuas lágrimas de felicidade, é a tua voz entrando no meu
coração fazendo o prisioneiro de amor vivendo em teu cárcere, é a tua maneira
singela e adorada posição de rainha, é a minha vontade de ajoelhar-me a teus
pés e beijar tuas mãos queridas…
Nunca te escrevi uma carta de amor com todo o amor de meu coração!
Nunca por ter uma razão!
Mas por sentir a causa deste ardor.
Os dias passam e apenas existem porque te amo cada vez mais, e quando se
ama não se pode desligar os sentidos só com um clique porque apetece ou porque
queremos simplesmente.
Sentindo, é um Alcatraz do nosso cérebro, cela da minha vida, e a
prisão de cortar a liberdade na folia do amor com sentido.
Quando receberes esta carta de amor, sentirei teu mundo de coração aberto,
recebendo minha vida, como um sinal de estrela fulgente…
Agora que o fiz, sinto-me feliz.
Despeço-me, até um dia destes que seja só meu… e veja escrito pelas
estrelas a palavra que me assiste do céu de teus lábios, caindo como um milagre
e oiça gritar como um desejo…
Amo-te!