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quinta-feira, 24 de abril de 2003

TROIKA








TROIKA






Morre o dia… mas a esperança nasce, um grito ecoa, e uma nova vida avança. 
Noutra parte do globo, noutros pontos da Terra, uma luz brilha outra esmorece, nasce uma flor, morrem crianças…
inconcebível acontecer no século com milhões para a ciência e a guerra, e não haver milhões para as que morrem doentes com fome, doença e miséria?

Parece que estão à espera… os lobos desta Terra… uivam para a Esfera…

Se a última voz se ouvir, as crianças deixarem de sorrir, quando soltar gargalhadas cansa, se não houver mais pierrôs de ansa e arlequins que nos façam rir?

Se aves de bico deixarem de cantar, os sonhos não tiverem luar, o sol deixar de aquecer nossa alma, a Terra vazia deixar de girar… se não houver ondas no mar, quando não luzir o espírito dos céus ou as estrelas não possuírem brilho… que ciscos vivos imitarão a vida?

Depois?
Quando o final for escuridão, não houver mais alcatrão… não persistir o infindo da origem, se houver simplesmente fuligem, quando existir nada de nada, flutua, vagueia o que não existe da lua.

Pois?
Haverá sempre um código, como um sorriso de criança, numa célula de rocha amorfo quando não existir mais esperança.