DESCOBERTA
/TERRA SANTA/
Vislumbre global do contemplar
em horizontes de palma aberta…
em horizontes de palma aberta…
Futuros amenos bruxuleantes do ondear
por ravinas d' Impérios despindo o caos...
por ravinas d' Impérios despindo o caos...
Não são olhar vagueado
da montanha que cega…
os dias vindouros
que não são exactos,
por silêncios de ouro
que vêm do nada…
da montanha que cega…
os dias vindouros
que não são exactos,
por silêncios de ouro
que vêm do nada…
O emudecimento do charco
cujas águas cristalinas
banham corpos enregelados
pelo bater dos braços.
cujas águas cristalinas
banham corpos enregelados
pelo bater dos braços.
E vem a febre das águas frígidas
gélidas, arrefecidas, frias! Frias!
Como faísca atroa
Resfolega como ó raio!
Fátuo passageiro, aziago,
que volve ateada nuvem…
Divina onda salgada!
que volve ateada nuvem…
Divina onda salgada!
Magia de círculos em ouro sonhando
por cima do ar serpenteando
ondeando como o cisne do lago…
por cima do ar serpenteando
ondeando como o cisne do lago…
Barco à vela que foste inventado!
Desce à terra do Atlântico!
Desce à terra do Atlântico!
Com enfeites e corpos em liberdade...
Olhem pró homem do mar!
Olhem pró homem do mar!
Por entre vislumbres de seda
admiram a inútil avidez do cheiro
não vêem o lugar da natureza…
admiram a inútil avidez do cheiro
não vêem o lugar da natureza…
acabou a paz no Oriente pela guerra.
Do Ocidente da terra…
Do Ocidente da terra…
Arreia marinheiro!
Arreia!
Arreia!
Em linguagens diferentes
traduzidas pela língua em presentes
cobiça vã disfarçada em riquezas…
traduzidas pela língua em presentes
cobiça vã disfarçada em riquezas…
donde vem a grande Vela?
A nave balança no seu erguer
e o conquistador Cabral
sagra-se em tons dourados…
O pano arfando ao vento
majestosas Quinas de Portugal.
e o conquistador Cabral
sagra-se em tons dourados…
O pano arfando ao vento
majestosas Quinas de Portugal.
Anuncia-se aos quatro ventos...
O fidalgo foi coroado!
Uma voz próxima do trono...
mais uma terra do reino Senhor!
O fidalgo foi coroado!
Uma voz próxima do trono...
mais uma terra do reino Senhor!
Espicha o cintilar da luz enfeitada
refulgente asas perdidas pelo gládio…
depois vem a paz e a dança da música
por entre ramos de palmeira semi-escura
refulgente asas perdidas pelo gládio…
depois vem a paz e a dança da música
por entre ramos de palmeira semi-escura
Olhares desconfiados...
indios nus...
temerosos passos…
desertos fugazes...
tranças pelos ares…
indios nus...
temerosos passos…
desertos fugazes...
tranças pelos ares…
Vã cobiça d' oiro com chama luzente
todo enraizado de orgulho na mente
toda a paz de alma desaparece…
todo enraizado de orgulho na mente
toda a paz de alma desaparece…
E grita-se tamanha vitória à espécie!
Por entre histórias de aventuras
sobressaindo o vermelho das dunas
logo baixa o nevoeiro fantasma
volteia a neblina que passa…
sobressaindo o vermelho das dunas
logo baixa o nevoeiro fantasma
volteia a neblina que passa…
Deixa-me adorar
subir a escadaria do altar...
subir a escadaria do altar...
olha a alma do mar em oração!
Avé! Avé!
Ressurreição!
Avé! Avé!
Ressurreição!
Descendo, vem algo do coração
estaca, enterra saudade...
o Novo Mundo… sagacidade.
Teu pavor de partir marujo
o eco de ti ao mar hisurto
estaca, enterra saudade...
o Novo Mundo… sagacidade.
Teu pavor de partir marujo
o eco de ti ao mar hisurto
Alerta!
Grita Nação!
Conquista!
Grita Nação!
Conquista!
Desfralda a bandeira
ao vento na tua fileira…
Portugal!
Avança!
ao vento na tua fileira…
Portugal!
Avança!
Poente voz do sul
canta, Terra Santa!
Terra de Vera Cruz.
Tua voz, coragem em chama.
canta, Terra Santa!
Terra de Vera Cruz.
Tua voz, coragem em chama.