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quinta-feira, 21 de julho de 2005

DESCOBERTA /TERRA SANTA/







DESCOBERTA
/TERRA SANTA/




Vislumbre global do contemplar
em horizontes de palma aberta…
Futuros amenos bruxuleantes do ondear
por ravinas d' Impérios despindo o caos...

Não são olhar vagueado
da montanha que cega…
  os dias vindouros
que não são exactos,
por silêncios de ouro
que vêm do nada…

O emudecimento do charco
cujas águas cristalinas
banham corpos enregelados
pelo bater dos braços.
E vem a febre das águas frígidas
gélidas, arrefecidas, frias! Frias!

Como faísca atroa
Resfolega como ó raio!

Fátuo passageiro, aziago,
que volve ateada nuvem…
Divina onda salgada!

Magia de círculos em ouro sonhando
por cima do ar serpenteando
ondeando como o cisne do lago…

Barco à vela que foste inventado!
Desce à terra do Atlântico!
Com enfeites e corpos em liberdade...
Olhem pró homem do mar!

Por entre vislumbres de seda
admiram a inútil avidez do cheiro
não vêem o lugar da natureza…
acabou a paz no Oriente pela guerra.
Do Ocidente da terra…

Arreia marinheiro!
Arreia!

Em linguagens diferentes
traduzidas pela língua em presentes
cobiça vã disfarçada em riquezas…
donde vem a grande Vela?

A nave balança no seu erguer
e o conquistador Cabral
sagra-se em tons dourados…

O pano arfando ao vento
majestosas Quinas de Portugal. 

Anuncia-se aos quatro ventos...
O fidalgo foi coroado!
Uma voz próxima do trono...
mais uma terra do reino Senhor!

Espicha o cintilar da luz enfeitada
refulgente asas perdidas pelo gládio…
depois vem a paz e a dança da música
por entre ramos de palmeira semi-escura

Olhares desconfiados...
indios nus...
temerosos passos…
desertos fugazes...
tranças pelos ares…

Vã cobiça d' oiro com chama luzente
todo enraizado de orgulho na mente
toda a paz de alma desaparece…

E grita-se tamanha vitória à espécie!

Por entre histórias de aventuras
sobressaindo o vermelho das dunas
logo baixa o nevoeiro fantasma
volteia a neblina que passa…

Deixa-me adorar
subir a escadaria do altar...
olha a alma do mar em oração!
Avé! Avé!
Ressurreição!

Descendo, vem algo do coração
estaca, enterra saudade...
  o Novo Mundo… sagacidade.
Teu pavor de partir marujo
  o eco de ti ao mar hisurto

Alerta!
Grita Nação!
Conquista!

Desfralda a bandeira
ao vento na tua fileira…


Portugal!
Avança!

Poente voz do sul
  canta, Terra Santa!

Terra de Vera Cruz.
Tua voz, coragem em chama.