LINHA DA VIDA
Na
realidade, se estávamos no caminho certo e por ironia do destino somos
abalroados por coisas que nos transcendem, é porque esse caminho é errado.
Alguém nos
traçou uma linha - quer queiramos quer não, jamais poderemos sair dela sem
risco nem fim na sua perpetuidade, embora possamos colher de vivências passadas
lições para a posteridade com a passagem da idade.
Seguimos o
corredor que tem alas de lado, queremos atravessá-las como júris frenéticos
batendo no charco, complicando o que parece facilmente… quando deveríamos
seguir em frente.
Há sempre
algo que nos quer puxar com seus tentáculos e como um inocente manto de asas
somos sugados pelas ventosas gastas que são mafarricos desinquietos como os
instintos dos desabafos.
Não
interessa os obstáculos que temos de transpor, os tombos que damos por aí na
dor, se machucamos alguém por erros nossos, a nós próprios se reflecte o mal
cometido nos ossos, porque incide no coração o que a faca mata na carne em
diapasão.
E se tirarmos ensinamentos das quedas que damos sem sentido, nem tudo estará perdido, se na vida retomar a continuação de uma grande força de viver - juntar a vontade e o querer.
A luz tem
uma direcção que nos ilumina. Se trocarmos o caminho, há sempre uma maneira de
contornar o espaço vazio, para retomar o rumo certo de uma existência
vivida.
Só teremos
que ser nós mesmos, não pisar o traço contínuo, não contornar a nossa direcção,
ser em nós próprios… iguais à nossa linha da vida.