Anda à deriva
por vezes certo isento
tudo quanto é sítio porfia…
Como o mundo sem tempo
leva tudo de fugida.
Espalha a proveniência caída
semeando raízes incertas
por vielas das terras
Rosa-dos-ventos sentida.
Por vezes em fúria e aos gritos
ouvem-se vozes em vão
Como um trovão
deixa tudo destruído
sem penas, cercas ou avisos.
Disfarçado de anjo aos bocadinhos
vem mascarado
parece meigo e tão pequenino
na arte inocente do diabo.
Anda mansinho de boca em boca
fazendo de assobio…
Mareando velas e popa
puxando bois pelo caminho
com toda sua invisível força.
Tudo pega
nada fustiga
porque suas garras de manteiga
por vezes embala a cria
quando nasce o dia à sua beira…
E descansa ao sol noutra cena
sem murmúrios doutra era
e até dá pena
no silêncio do deserto.
… Nunca fiando na sua cama
porque quando se levanta...
Ele é desperto...
Por vezes triste fantasma
outras, cabelos no ar
gravação de quem passa
vida e passado, rasto de mar...
Por vezes triste fantasma
outras, cabelos no ar
gravação de quem passa
vida e passado, rasto de mar...