Primevo era o início.
A seguir o princípio.
Depois solstício…
Por fim… reinício.
CANÇÃO DA MORTE
Todo de
negro, o corpo a medo, assim
funciona teso e hirto a carne de amarelo
duro como vidro, qualquer
cadáver de gelo.
O cheiro
encoberto saído da morgue, o atingir
básculo do perpétuo dos invernosos anais do século adubado com arte no sarcófago da morte, empalha como parelha da múmia resistindo à
idade efémera mantendo pulcritude de alma pura.
Hiberna no frio do sonho, cochilando a contragosto, toscaneja dentro da fazenda o fato feito à medida do morto estampado como uma lenda, naquele jeito infernal sobreposto.
Dia de preto
com luto de fascina, com nuvens de carvão por cima, espairecendo como bolas de algodão enroladas num palito ali à mão.
Lambida como
fios de açúcar pelo tempo, anunciam o
piar circundante do mocho no sítio do duodeno barulhento… a contrastar com o poisar do corvo na janela do vento à noitinha… com descida lenta de chuva miudinha.
Noutra banda deserta o cheiro putrefacto atrai o abutre negro limpando a terra da carne… execrável cadáver purulento larvado.
Ali em campo
aberto de toda a parte como um
beijo enojado, desperta de quem foi humanamente oxidado, restos rasgados de quem é inútil, agora forma de monstro fútil sem pele e
ossos de quebranto no desterro.