ÀS BOATEIRAS DA INCOMPOL
Leia, se ao ler se revê.
Importar porquê?
Afinal, um santo no acto,
também espalha o boato.
DESABAFO 3º
BOATO INCOFOLEIRO
*
DO
BOATO, DA BOATEIRA E DO SALTIMBANCO
Do cenáculo alguém sai com um copo. O café quente por entre dedos. À espera doutro modo… estão
sentados como morcegos.
Por entre braços num cantinho, sóbrio, vazio como um lugarzinho, poisados por entre silêncios…passado pouco tempo… passos levantam-se simples. Esses levam trambiques… um que é
nada, tipo aguento, continua lá
por momentos.
Há outros assentos em volta e olhos que tentam antever… parvoíces do costume, que fazer?
Quando chega transacta… se por acaso
que não é o caso, se senta
como boateira sensata e escolhe o
tal lado…?
É pá!
Parecem caraças!
Os outros
saltimbancos apenas...
estão
atentas cabeças!
Se erguem
como girafas!
São carapaus tesos. Curiosos de
tempos a tempos. O boato faz
que não vê a neblina, a boateira
sorri divertida… e ao mesmo
tempo fala.
Alguém faz de conta que não é nada.
Boato responde com um ar normal, mais vulgar possível que o habitual. Tem uma vontade enorme de rir porque o prazer que aquilo dá, é um elixir, e um
desejo gigantesco de abocanhar…
Está tudo escarrapachado no olhar…
Suas danadinhas cabaças!
Bando de faces desconfiadas!
Já repararam no vosso cómico ar?
Troca de olhares e de joelho… vendo como o mundo desconfia… aquele tamborete sabia… que paira no ar um bacorejo.
As línguas inventam o trato e desde tempos de intriga… o falso que é mentira passa sempre a verdadeiro dalgo.
É mais fácil acreditar no mal.
O pior, que é corriqueiro como um tramado temporal, nas bocas sinuosas sem sal é uma tempestade de bom efeito. É como as lendas dos povos histórias de mitos e maravilhas! Com tantas fantasias e mentiras, trocadilhos para todos os gostos.
Quer dizer que ninguém descobre?
Só o saltimbanco sabe que em água mole… o boato está sem pejo nem datas com a boateira de mãos dadas. Alguém comenta se será realidade?
/Quer saber crua e nua… vá-se lá
sentar no ferro como uma rocha dura… /
Não conseguem adivinhar porque o saltimbanco fala verdade. E nunca mente por saborear… sabe que é apenas uma grande amizade.
Mas, se não há nada!
Queriam ver luta…?
Num colchão de palha!?...
Ou a comichão duma pulga?
Vão para casa!
Matem lá o piolho!
Isso é falta…
de trincar o tremoço.
CACOS NO NADA
Confesso que
fico sempre surpreendido ao ouvir o Boato Incofoleiro.
A gente
sorri quando é caso para isso (se o azar não nos bate à porta), mas
entristecidos quando um amigo/a sofre com tanta mentira, da falta de carácter
dessas pessoas… por terem uma língua brejeira escrupulosamente vadia, e sem se
importarem com as consequências dessa atoarda que pode causar males
irreparáveis…
Então,
quando ele é dirigido a nós próprios em particular, mesmo não sendo a
novidade de uma completa falsidade, magoa bastante.
O boato é o
único invento sem patente que vive da intrujice, do diz-que-diz, enquanto
embrião da patranha disfarçada de embuste para atingir no final um fim como
alvo a abater. E ficam restos de nós que deixam rastos e se
transformam em: Cacos no Nada.
Cacite
partido
é fragmento
de vidro
dum vaso de
cristal
com nacos do
mal.
Que
recipiente moído
anteriormente
ferido
que nacos de
lata?
São cacos no nada...
São cacos no nada...
Pedaços de
lixo?
Que tempo
perdido!
Duns nacos
enlutados
Cacos do
passado.
fui surpreendido…
/mas gosto de formigas/
Falando de
mim, um pobre mortal que ama a vida enquanto cá andar… e gosta de formigas...
como quem gosta da natureza em que fomos escolhidos... e somos criados...??
Uns
nadam
e querem
morrer,
outros
afogam-se
e têm
prazer.
Não sabia
que estava na berra, ou melhor, que a moda ia bater lá para os meus lados.
Soube por
acaso… e embora gostasse de especificar, não posso… e como caso, é mais um
boato.
Comentário à
parte, pergunto… como é possível acreditar com plena convicção em pequenos
pormenores que transformam grandes conclaves em amoricos inexistentes, e que só
tem enredo para olhos que vêem tudo cinzento…?
«Quem não
deve não teme.»
Não quero a
fama que não tenho
tão pouco
ser insensível
ou ser um
ser desprezível...
Mas todo o
meu empenho
só vale o
que me impede.
CASCAS
Se na
realidade me conhecessem, sabiam que sou transparente em nada irresponsável, e
que sou sincero, sem subterfúgios ou esquemas que ponham em dúvida a seriedade
de quem convive comigo. Nunca transformei lágrimas em sorrisos de escárnio e
empacotei sentimentos em papel higiénico, nem uso o autoclismo da mente como
esgoto do esquecimento quando alguém é ferido na sua dignidade.
Há algo que
sobeja de mim num molde ADN, exposto aos olhos de quem me sente, libertando
fragmentos de pele como… Cascas.
Nascem
crostas!
Polvilho em
recheio
polvilhado
com borrifo
de enfarinho
cheio
com esfarelo
de poeira…
Alcançando
pó de arbustos
espalhando
Caídeira…
entre
arbúsculos
com matagais
de moscas.
Caem lascas!
Feridas da
arvorezinha
subarbusto
de ramadas
em resíduos
de pruina…
Soltam
bostelas!
Com toalhas
de empoo
em lençóis
de poalha
Vegetais em formas
de bagatelas
que o
Outeiro guarda poio
em monte de
Poedeiros
tapado das
folhas
com ervas da
mata.
Espalham-se
os bagos
repartidos
em côdeas
Lançando
areeiros
sem crustas
com pedaços
às pústulas…
Estigmas da
floresta
sujeitas
à selva
com cacos de
grão
em areais de
bastidão
no chão de
silvas
escorrendo
resinas…
BEIJO
A minha
postura não é um disfarce… tudo o que faço assumo aos olhos dos homens e do
Criador.
Dirá alguém
com paternalismo debochado e autocrítica:
- Mais um
que foi recozido… e se calhar nem molhou o bico.
Uma
realidade insofismável, de quem… neste caso sabe que falo verdade com todos os
predicados sujeitos no lugar, mas com uma pontinha de maldade que deixa bailar
no ar a tal dúvida – o boato.
Muito
desconfortável viver na fama descartando o fruto alheio, porque a amizade não
se troca por nada que haja neste Lugar com aproveitamento, mesmo sendo entre um
homem e uma mulher, e principalmente quando o respeito é mútuo.
Para mentes
pouco esclarecidas onde tudo descamba em colchões Molaflex, quero dizer, embora
não entendam por serem anãs pouco inteligentes… que a amizade também é uma
forma de amor, onde dois seres se podem amar com lealdade sem necessitarem de
lençóis suados ou traírem seus apaniguados, e serem sem mais conjecturas
simplesmente amigos.
Que melhor
sentimento pode unir os seres para solidificar essa união que não seja passar
do estado gasoso ao estado sólido como um BEIJO?
Eu não sou
de ninguém
e todos me querem…
e todos me querem…
Também me
querem bem
mas todos mexem…
mas todos mexem…
Por vezes é
aborrecido
mas venho logo eu, e sigo.
mas venho logo eu, e sigo.
Depois
depenico, depenico…
E sou um apaixonado amigo.
E sou um apaixonado amigo.
São todos do
mundo,
o mundo é imenso
e eu não entendo…
o mundo é imenso
e eu não entendo…
Só dois
seres junto
dizem que assim é bonito.
dizem que assim é bonito.
É puro
também
comigo…
E para eu existir?
Têm de querer os dois sentir.
E para eu existir?
Têm de querer os dois sentir.
Também podem
ser à maneira
mais de um, dois ou três,
mais de um, dois ou três,
uma linhagem
inteira!
E todos duma vez.
E todos duma vez.
Por vezes,
quentes suspiros
estão aqui
quietinhos.
Uns
abraçam-me
e sinto-me
apertadinho,
outros
beijam-me…
E há
corações derretidos.
E eu sou
tudo isto
e não sou de ninguém
e não sou de ninguém
com
sentimento repetido
E todos me querem bem.
Uns cantam e
eu sinto…
Outros declamam e eu antevejo
Outros declamam e eu antevejo
Declaram
miminhos
e é beijinhos, beijinhos!
e é beijinhos, beijinhos!
Me dou a
todos sem jeito
e sou eu –
"Beijo."
SEDE
No amor existe
o próprio amor e o ódio, dois sentimentos que levam os agentes à beira de um
ataque de nervos ou passar as passas do Algarve.
Na amizade
existe apenas o amor puro, é quanto a mim, mais perfeito e mais
vivificante num espírito com gaz borbulhante e uma tonalidade celestial.
Confesso que
não foi de propósito, mas parece um anúncio a um tipo especial de
mensagem, que enrolada num pauzinho de fio se encontra dentro da GARRAFA,
mareando como uma bóia de salvação...
Sede…
Não sei o
que vai ser
depois de um
segundo
uma hora
qualquer,
Se voltar a
sorver
traz ao
meio-dia do mundo
Veneno de
mulher.
Sede…
Há fluido
ausente
com uma
querença de beber,
Vê-se
envidraço transparente
sangue-frio
do fogo…
Num reflui a
estremecer
com escarro
de esgoto.
Sede…
Este sul de
agora
as altezas
no andar à roda,
O em cima
dos colos ratonas
o manejo do
pelo como esponjas,
No chão de
ruínas deitada
o sonho na
terra da garrafa.
CANTATA DE AMOR AO BOATO
Não faço
nada para criar expectativas… mas sinto olhos simples que irradiam simpatia,
sinto outros que espreitam por baixo da curiosidade, há um menosprezo com
partida, há uns mais complicados na sombra como zombies… mas também como sempre
há olhos bonitos e ternos, olhos sorridentes sem desamor… não sei porque há
tanta atracção, tanto movimento, se no fim ficam rastos de olhares espaciais
como esferas curiosos dos misteriosos raios que embatem no olhar.
Se fosse
traduzir desejos que criam estes sintomas, poderia fazer um reconhecimento e
como uma cantata sairia uma sonata de amor ao boato, qualquer coisa assim:
Não
interessa quem pensa conhecer, desgastar sobre quem
pensa, esquecer
essa imagem propensa… encontrar o chato
modo de aborrecer.
Algo tenta provar
a semelhança de ti, igual na
mesma, que gosta de
viver como vivi – partilhar,
dar e receber. A
necessidade de uma oportunidade, o ficar
impressionada com melhoras, saber
enfrentar esse olhar sagacidade para ver os
olhos como amoras.
Eles são
passados…
quando era
uma donzela
e um tal
mancebo em queda
eram muito
apaixonados!
Foram
noutras vidas, desigual.
O amor nosso
social
mais cedido que dado
só porque é boato.
mais cedido que dado
só porque é boato.
Qualquer
desejo de mulher, o querer ser
amada, o querer ser
feliz, pertencer a
uma vida, sentir uma
mão amiga… o gostar de
carinho… o ser doce,
meiguinha… amar para
ser adorada… ser escrava
do amor… alguém que
ama nesta e noutra
vida e outras
vidas todas, é a vontade
do destino em que não
acredita. Se gostarem
já são amigos e amigos vão
ficar sempre!
Os amigos… os amantes
também podem ser…
A TEIA NO MEU BOATO
Do outro
lado… não sei em quantas doses já fui reinventado pelo boato?
Por vezes
irrita, outras terrifica… mas acabo achando divertido, porque todo o boato é
apenas um invento e uma forma de bruxedo...
Se nas
situações mais difíceis em vez de ficarmos alterados, dominássemos a raiva em
prole do humor, grande parte dos problemas seriam resolvidos com a calma
inerente à situação despoletada… e uma bomba
nunca arrancaria plantações de alhos e tomates, nem órgãos sairiam do sítio dos
coitados… mas a caganeira que é mais rápida que o pensamento, nunca será
abolida da incontinência boateira, porque não há solução para a diarreia como
uma trovoada inesperada cheia de merda.
O boato.
Sim, o Boato
Incofoleiro das comadres boateiras.
Inventam a
personagem do louva-a-deus esfomeado de histórias e lendas com o papel de herói
louvando o dia todo na sua posição divina à espera do ataque de rapina… e ao
ferir também pode engolir um mártir como uma formiga, ainda que perca a cabeça
com a sua consorte no seu acto carnal.
Dizem que a
sua opositora guarda em segredo a cabeça do seu marido dentro de uma caixa de
palitos… para quando se deitar não ser picada nas costas pelos cornos quando
dorme.
E numa fábrica, onde há o feminino em maioria e cavalinhos de pau forjados, sempre à procura destes episódios… é um entretêm com tanto embriaguez que lhes dá um passatempo profundo, e serve de descontracção nos intervalos dos seus postos como terapêutica para suportarem as fastidiosas horas de trabalho.
E numa fábrica, onde há o feminino em maioria e cavalinhos de pau forjados, sempre à procura destes episódios… é um entretêm com tanto embriaguez que lhes dá um passatempo profundo, e serve de descontracção nos intervalos dos seus postos como terapêutica para suportarem as fastidiosas horas de trabalho.
Enfim, como
diria um amigo meu nos relatos das suas histórias (chegando sempre à mesma
conclusão final), na sua expressão favorita abruptamente reduzida para
justificar o Mundo… e desabafar como um santo na sua conformidade:
- É pá! Faz
parte.
Como disse
Maquiavel, «os fins justificam os meios», se bem que no Boato Incofoleiro – os
fins e os meios não justificam nada mesmo. É mais uma anomalia das
cacholas aborrecidas com os dias sem novidades e novelos por fiar… tecendo sem
proveitos numa chatice pegada
«A ignorância é a mãe de todas as doenças.»
Caricato mas
não despropositado este provérbio popular, pois a agnosia provoca o boato no
mundo por se desconhecer a verdade do mistério, sendo real ou inventado.
E neste
mundo que se quer pacífico e ordeiro, povoado de espíritos iluminados, como um
mal necessário a quem é contrário… infelizmente…
De candeias
acesas
e túneis
cheio de brumas,
há mais
bestas!
Que mulas.
DOS
"MACHINHOS" BOATEIROS
Porque será
que o que dá mais prazer, é onde a criação do mal incendeia a tesão nuclear
entre dois seres…?
… daqueles
que vibrando de gozo com… mas turbante… se imaginam no lugar do buraco
recebendo o adorado pau como um taco de cacete… num jogo tridimensional do
másculo protótipo que têm na cabeça, do milagre como um boato, e tem sido uma
ilusão sem meta na vida.
Dos
boateiros e seguidores, daqueles ou daquelas que pensam com a cabeça dos
outros, acabam vivendo com a tristeza do insucesso familiar, tentando imitar o
próximo na sua fraqueza aos olhos do mundo.
Como diz o
meu amigo – É pá! Faz parte.
O Incrédulo,
é todo aquele que não acredita em nada.
A sua fé é
inabalável, e é o que mais se aproxima da perfeição do Deus Indivisível, que é
um ser puramente espiritual mas sem natureza corpórea; e que não existe materialmente
porque não tem forma ou partes finitas como o Universo. Além de ser invisível e
imortal, sua imutabilidade é essencialmente espiritual, e por isso, único e
criador.
Aqui… o
incrédulo remendado porque é inabalável não vai em balelas, e como S. Tomé para
ver, não acredita porque não vê, nem vê o que não acredita. Por isso, também
pode ser infinito na sua maneira de existir e imortal no pensamento como um
Deus Invisível, porque não arreda pé na sua unicidade e se sente em tudo nada
criador, invicto e sui géneris… todo humilde no Cosmos, porque só acredita
naquilo que crê – Eu. Deus de mim.
Porque dão
mais veracidade ao que os outros dizem?
Porque são
crédulos e escolhem sempre o caminho mais fácil da vontade, e sendo o que mais
gostam de ouvir e dar ouvidos, se fossem autênticos e independentes, não seriam
preguiçosos se pensassem pelas suas próprias cabeças.
Também há os
que parece que auscultam, consideram, não gostam de ouvirem falar em criticas
carismáticas… mas no fundo são como eu… ou matar traças com bolas de naftalina
provocando contingentes de larvas, conspurcada em pupas cheia de agentes
corrosivos, como o boato.
Conversa de
homens… é só para indivíduos de barbela rija e pelo pico d’aço.
Se vier à
baila o sexo oposto a linguagem é desagradável e o meio termo são expressões
adjectivadas, impróprias para gente educada, embora se saiba que a prepotência
dos homens usa estas demonstrações para se proclamar macho latino e evidenciar
sua virilidade em falácias de fácil gabarito.
Também há o primata
bípede que é aceite entre as mulheres como seu semelhante por usar metamorfoses
femininas e apadrinhar a língua de vaca por ser mais apetitosa… não falando das
atuações gestuais como “Pasteleira” para passar despercebido nas hostes
femininas.
Um fica
carbonizado como um mulherengo, insípido, mau e ordinário.
O outro será
sempre uma Madalena de calças.
TODOS TEMOS UM POUCO DE
LOUCOS
Mas o homem
passa ao lado do boato, porque o que almeja é o desejo de um bom cozido com
realidade, ainda que a carne tenha no seu regalo aspirador, cheiro a peixe. É
mais o prazer de agradar à mesa de quem o acompanha, sempre em constante
mudança de poder variar o fundo do prato como uma iguaria de lascívia e de
chorar por mais.
Aqui o boato
transforma-se em rugido de roedores com ruídos e exclamações de apoplexia,
daquelas que um gajo sem poder mais com um rabo… cai para o lado fulminado de
vazio e consolo.
E
então?
Mais valia
ser…
Saber donde venho
Saber donde venho
começar pelo
louco,
sei que não tenho…
sei que não tenho…
Para me
deter
e não ir para onde vou,
donde não sou…
e não ir para onde vou,
donde não sou…
Distinguir
se ia…
Ou não trago pensar…
Ou não trago pensar…
Não sei quem
eu sou…
Estou possesso!
Estou possesso!
Estou
aqui...
E nem sei que estou.
E nem sei que estou.
Sem gnose,
sou eu, não importa!
Se não
interrogo, existo.
Não sei se vida de Apolo?
Não sei se vida de Apolo?
Quero… é
saber quem é?
Deus meu!
Quem és Tu?
Já esqueci
tudo.
Não sei
nada…
Porque
pergunto?
AS BOATEIRAS
Tolerância
no sentido prático, é não inventar um juiz em cada um de nós, e arranjar para o
mesmo mal mil e uma sentenças noveleiras
O Tribunal
feminil é mais cruel, porque só lá aparece para julgar quem está cheio de
insídia e usa a justiça como um calvário a quem ninguém escapa às mexeriquices
de cordel…
Então,
nessas alturas o Tártaro das Alturas Coscuvilheiras desce ao Solo para fazer
inflamar todas os espíritos que juram por clemência, como os amaldiçoados ao
fogaréu pelo Conselho singular do Operariado boateiro.
Não tenho
nada contra as boateiras, são... sendo elas as criadoras incólumes do boato,
vorazes mioleiras de corações aos saltos como tintins de borracha, ora chupando
o delírio, ora cuspindo de curiosidade como um rústico compadrio.
Queima tanto
acto!
Mas só o
coração arde.
Pudera ucha
à parte!
O Inferno é
o boato.
Não há fogo
mas há
língua.
Tanto
fôlego!
Tanto
sofisma.
Falando às
atoardas
o malfadado
ano inteiro,
não sejam
fracas
como o Boato
Incofoleiro.
Às
noveleiras cegas
falaciosas
incertas
não sejam
padeiras!
Com bocas
boateiras.
Não sejam
assim.
Riam,
cantem…
Não
inventem, sim?
Mintam,
dancem.
Toquem
Concertina!
Mas evitem
gaita de beiços.
Façam das
palavras beijos
façam amor
com a vida.
Sabem o que
é bom de dia?
Um sorriso.
Ponham uma
cara amiga
e um coração
bonito.
Boato
Incofoleiro é um título inventado,
mas
Boato é de quem toda a gente foge,
uma
língua que não dorme…
Uma
alma do Diabo.