PESADELO
Atingir o impensável cume…
a meta do reflexo instável
A acidez cada vez mais amável
a ficção de altitude
Inatingível uso da sensação
que se encontra no cimo
sei que é dele que preciso...
depois não sei qual a razão.
Subo por um fio, coisa finíssima
não compreendo esta subida…
medo do esgoto quebradiço
Agarro insistente tenaz
estou quase lá…
mas ainda não consigo.
Falta o espaço mínimo
e quando atinjo…
estou outra vez lá atrás…
Por entre devaneios sonho.
O chão que piso está solto.
Em queda pelo abismo
caio caindo num vazio…
E nunca mais acaba, sinto
aflito, contradigo pensamento
a visão geral do tormento
E sucessivamente transpiro
dum louco alívio…
Acordo, suspiro.