LETRAS, SISTEMA,
OU AMOR?
/LETRAS - A incerteza do autor/
/ Estava agora a pensar do meu jeito sobre que iria
escrever…
Não sabendo parei de pensar.
Ao parar não escrevo, mas as palavras emudecidas vão saindo como letrinhas
de migas estrelícia, e eu fico admirado na mesma…
As inscrições continuam aparecendo e… Isto é apenas letras sem pensamento./
/ Pego na minha pena, a tinta vai saindo como rabiscos
sem ideias, e da imaginação vaga penso que as palavras são ocas, fugitivas de
um fundo vazio sem porta que tenha ferrolhos, com frases construídas que sejam
bonitas e possuam miolos.
Mas de assuntos que tenham luz de chama acesa não consigo, não invento,
senão não é um conto de um caso que tenha biografia com uma crónica narrada,
não é nada… lamento.
O que são letras sem pensamento… porque as entrego ao vento?/
/ Raios me partam na hora em que me assentei aqui neste
momento!
Da cadeira, assento os cotovelos e o olhar fixamente…
Muda está minha cachimónia, hipnotizada no ecrã de luz com rosto de folha
A4, sem juízo e com a cachola cheia de miséria… que mais pareço um pensador com
crânio de merda!
Que fazer?
Este, é um daqueles dias que não tenho nada que dizer.
Por mais que pense… dou voltas à cabeça, vejo letras sem forma legível, as
tais letras sem pensamento, porque não podem ser lidas com alfabeto
propriamente coeso. Que tristeza meu Deus!
Sou um inconsequente da psiquiatria.
Tudo gira à volta da minha loucura /
Hoje?
É mesmo aquele dia…
Não devia estar sentado com cara de acanhado na companhia de algo ausente,
interrompido ou cortado pelo voo raso dum avião militar estoirando os ares…
Qualquer coisa dentro a zunir como cucos …
Acho que vou dar milho ao cérebro em branco, assombrando o espantalho do
intelecto.
/Começou a chover lá fora… vou molhar as ideias, pode ser que…/
Pelo menos dá para levantar o traseiro da cadeira… coçar onde há comichão à
procura de ideias… embora continue vazio de palavras, a não ser o inesperado
resmungar dum foguete surdo, como o protestar de expressões ininteligíveis, sem
tradução que as ligue.
Fica no ar… o cheiro, como as malvas do feijão.
E continua teimosamente como vem sendo, tudo letras sem pensamento.
/ Oiço um carro na estrada, às vezes um acidente no
cruzamento, mas a notícia é corrente - chapa derretida, a ambulância e a
polícia, uns feridos e umas mortes habituais…
Não me levanto por causa de tal assunto, não gosto da impressão do sangue,
e muito menos do torpor do meu encanto… porque a interrupção aqui, é o
intervalo entre a inércia do meu sonho e o sono da morte como incidência da
vida.
São motivo nos jornais de gente que desconheço, umas vozes que não
compreendo, porque o que eu queria hoje era contar a minha história, ou a
narrativa de um facto que faça uma boa acção de leitura, contribuindo para os
anais desta folha com desejos que me ultrapassam.
Consegui apenas formular elementos que são ruídos do meu movimento na
cadeira, e junto pontinhos do meu intelecto em espalhafatosas letras sem
pensamento. /
O pensamento é abstracto… o eco do silencio são os contínuos pingos da
chuva que vão martelando os neurónios, ocupando o esbranquiçado vazio com a
contagem crescente dos algarismos 5, 6… 17, 18…
50, 51… 64… … 99… 203… … 402… 501… … … 800… … … … … … 900… … … …
Aqui, vai o dormitar aritmético numa soma rocinante com o pesadelo das
palavras, e uma voz cá dentro num grito repentino e alucinante:
- Não sai mesmo nada!|… nada!… nadaaaa…!!!
... e afogo o cérebro com água da chuva, por não saber nadar pensativamente como um pesadelo.
Intelectualmente, há uma voz cheia de raiva que me martiriza repetidamente:
- Nada Filho da Puta!
E num sobressalto, levanto maquinalmente o cu da cadeira...
Acordando dou comigo em pé de olhar estupefacto, perguntando a mim mesmo:
- O que foi isto?!
... e afogo o cérebro com água da chuva, por não saber nadar pensativamente como um pesadelo.
Intelectualmente, há uma voz cheia de raiva que me martiriza repetidamente:
- Nada Filho da Puta!
E num sobressalto, levanto maquinalmente o cu da cadeira...
Acordando dou comigo em pé de olhar estupefacto, perguntando a mim mesmo:
- O que foi isto?!
/Agora até o cabrão da inconsciência me insulta... por ser burro./
E isto são tudo, como não podia deixar de ser, enquanto sinto o esquecer de
quem sou e o que quero ser… o adormecer destes pensamentos nestas letras sem
pensamento.
/ Não sai mesmo nada, porque a saudosa imagem é ardor
dum grande amor que neste momento ocupa tudo que quero pensar.
Meu cérebro me proíbe de criar… ensonado resta-me o quarto, vou me deitar.
Como sempre, pego num livro… leio ao sonhar e meio a dormir meio acordado…
desligo o interruptor, e hipnotizado como letras sem pensamento – adormeço.
Entorpecido, durmo com o sonho e uma nova historia para contar. /
/SISTEMA – O Crítico/
Há os subjugados e os que dominam… são o jugo mangado que chefiam os coitados…
era vastíssimo demais se todos fossem príncipes iguais, como seria bonito!
Todos de mão dada… anjos e diabinhos sem se importarem nada.
A uns cabe cumprir aborrecidamente no vazio da sua órbita, enfileirando a
sua mente em anos que vão com a idade que não volta, plenamente integrados como
pastoreio sob os princípios da catequese familiar para pasmar na sociedade como
carneiros – e são a maioria como peixes dentro do mar.
É o puzzle do gato e do rato, porque tudo na vida, conforme o caso e o
momento – é um jogo, e nós… os piões da roda em movimento.
Triste sina de quem é pequeno e nasce dominado, está refundido e fora de
prazo.
A outros, mandar eternamente, porque é vício do processo dos homens
poderosos secularmente, e se Deus nos lega mandamentos, nunca ninguém disse nem
foi capaz de dizer aos componentes que também manda, e às vezes aniquila quando
comanda.
Resta saber na realidade a quem mais por influência?
Se no campo ou cidade juntamente com a ciência.
Um doutro num, ou noutro em um, ou a quem der mais jeito, porque disseram
algures com efeito… vieram à Terra num salto tecer assim lá no alto com um
fogacho e outro enorme por baixo, como um poço sem fundos e ambos dividindo
mundos.
Quem dirige
gentes promove guerras, cria bombas malditas, são nucleares como setas ao
coração do Capitalismo que é o Sistema Bancário escondido como ratos nas
esquinas.
Diante deles,
os governos se rendem, se prostituem, se corrompem e nos sacrificam como
cabeças de gado, abatendo os ossos que vêm do povo para partir e torcer… e atar
os cornos inteiros de ouro e joias que são cobiça de quem é poder.
Como
lambisgoias em plena transformação, vamos sendo meninos do coiro com lacinhos e
batas episcopais, praticando a moral do gay às escondidas como cristãos de boa
índole, em Sansões e Dalilas intocáveis com fitas amaricadas… enfiando no
traseiro unguentos para curar as merdolas da doença Internacional que é a moda
da CEE.
Promovendo a imagem nos média, em machos com “eles” no sítio… como um
curral nos cerca sem aviso, aqueles rojões de tamanho engrandecida, parecidos
com balões que saltam como bolas de naftalina… os anúncios analógicos provocam
influências na clientela sob tiques do relógio, ao consumirem qualquer bosta
desinfectada com uma lavagem passada pela lixívia, sugando iguarias como
cogumelos de aspecto apetitoso e que antes eram tintins sebosos salpicados com
a merda e o mijo.
Segundo (Eles…) não devíamos pensar a não ser nem a ser – só obedecer. Nem sequer
questionar, pois quando nascemos intactos, metem-nos um supositório pelo cú da
mente para não cagar ideias que sejam prejudiciais aos métodos tradicionalmente
injectados e possam estragar as convenções mundiais, que em discursos
preparados tentam impressionar as multidões nos tais canais do despotismo…
disfarçados de jacarés com língua de camaleão engolindo mosquitos, para comerem
inteiros as cabeças e os corações da população.
Uma mentalidade curiosa que a pequenez da idade nos trás… criando embriões
virgens com pensamentos vulneráveis cheios de interferências, confrontados com
o que devemos ou não fazer… um rebanho que vai sendo devorado pelo lobo mau… o
sistema do poder.
O Zé povinho somos todos nós, os que gostam de protestar e mandá-los à outra parte... e que na perfeição do manguito, não gosta de ser f...... /tenho dito/.
O Zé povinho somos todos nós, os que gostam de protestar e mandá-los à outra parte... e que na perfeição do manguito, não gosta de ser f...... /tenho dito/.
Ai Comunidade! Protesta! Faz banzé!
Ao défice que não desce, porque é?!
Pai Europa, CEE meu Curandeiro!
Tenho uma cãibra no testículo direito!
E um trocadilho do dedo cá do meu Zé!
Que ta careca, murcho carvalho sem jeito!
Põe-me direito, duro e teso, sempre em pé!
A vida continua… o vai-e-vem não pára, não pára para nos levar quando
passa, mas gaivotas circulam, voando em círculos como fantasmas à espera de
seus espíritos.
Mixórdias acontecem como refugo… mas a nação estaca, e as merdas continuam
acontecendo como escórias dum besugo quando arrasa.
O girar do mundo… entre um coice e uma patada a multidão pára, mas
ele continua girando, mesmo que a gente não o empurre… avança mudando.
Ele gira germinando em flor, vai andando à sorte sussurrando, continuando
no tempo a falar de amor ao vento como capicua, busca caminhando como um duende
de parte incerta, volteando entre si da semente na Terra.
/AMOR – O Poeta/
Melhor, será falar de amor… a melhor religião do mundo contra o pior
Sistema, para esquecermos a ganância e a vaidade dos homens cruéis.
Melhor, será falar de amor…
É amar nas palavras o ser, que somos todos nós seres pequenos amantes, é
amar nos actos o corpo, e ter o dever de ser humano que todos nós seremos
grandes.
Nunca é demais falar de amor, ou da razão do amor existir vinte e quatro
horas, bater na mesma tecla ao insistir - esquecer tal sistema e vencer, olhar
com afecto o crescer, sentir a eternidade do amor num dia… amor que nos faz
viver, ser livre, ser adorador da liberdade, ser apaixonado do próprio amor…
sentir apenas sentir, adorar para sempre amar, eterno amante do amor.
Falar de amor…
Sem esse valor, a réstia de humanidade assombrada pela cruz que
transportamos há dois mil anos, seria desprovida de vontade própria e de
olhares esgazeados, como se fossem empurrados pelo vento em direcção ao vazio,
mascarados do uso sem direcção… sem ossos e superstições no cemitérios dos
índios, sem mistérios da ciência dizendo ser menos inteligente que os Incas,
sem despojos materialmente opulentos dos mesmos mafarricos… sem palmas dos
pobres amando a riqueza dos ricos, sem urros políticos do zurrar dos burros,
enfim… abjectos barulhos de arrastados nadas que são passos absurdos do vão das
escadas, e nada serão no futuro, se o amor não consertar o mundo.
Falar de amor…
Há paixão colorida mais importante na vida, a sensação, do que o amor dum
sorriso, bater num e noutro ser dentro dum coração?
… oferecendo uma rosa com dourado sentimento, beijando o mundo com emoção.
Falar de amor…
Para muitos, noutras eras seriam outros macambúzios, sem esperas…
Noutras circunstâncias fugiriam dos propósitos, fustigando os ventos em
suas semelhanças forçando os vivos impróprios…
Mas como fugir?
E a prisão e o destino, que adianta persistir?
Existiria apenas o fim, porque antes era vida, seria vazio dentro de um
sim, sem razão à vista… um todo uno nada fusco, se pertencesse a uma linha que
é Tudo…
Mas a cura de tudo isto… embora contida dor, não seria Cristo… se não
houvesse no principio do mundo, a criação do amor.
Falar de amor, é viver, caminhando como um duende na imortalidade dos
passos sem poder morrer.
Esquecer é morrer, levar a vida em branco sem sonhos.
O faz de conta… toma conta de tudo.
É preciso viver.
Despertar, é sentir na pele todas as palpitações da vida, sem adormecer a
morte aparente do dormir.
É preciso viver, porque a vida é tudo o que temos, a nossa maior riqueza.
Viver é amar, ser eterno, quando se sente na alma todo amor da vida.
Adiar a morte é a esperança da vida no desejo do amor.
Por isso, falar e amor para viver, é preciso.
/ Amanhã, é um novo raio de sol com vida, que guiará às
estrelas apaixonados do coração.
Despeço-me da lua, feminina companhia, da bela inspiração que ilumina
lugares de solidão.
Beijinhos a todos os corações quentes, que beijam mundos ardentes…
Sonham em noites de grande calor, os sonhos da mente com amor.
Boa noite amigo que trazes dentro de ti a paz.
Abençoado sejas por amares em vez de ser inimigo do ódio!
Que transportas no peito a bondade como rosas de teu jardim.
Abençoado sejas, por seres amante das almas que atravessam teus caminhos!
Abençoado seja teu nome!
Para Falar de Amor com tuas Letras, o Amor em vez do Sistema.
Boa noite, bom dia!
Letras do meu coração...
Até amanhã novo dia.
Despedida de amor bastião.
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