VIVENDO SONHO
III
Ao adormecer
coabito vigilante…
De nova
ilusão, ando como um sonâmbulo - desperto, ao sonhar acordado.
Levanto-me da
alcova entorpecido, buscando caminhos soltos por entre nuvens almofadadas,
encurtando atalhos de poeiras molhados, que me embalam no ar invicto, sem
vislumbre de pensamentos que queiram despertar no céu da mente.
Voo ao som
do incitador que guia hipnotizadas imagens…
Continuo a
sonhar de tantos devaneios que passam…
Passo a
insígnia com o número fadado marcadamente destino, guardado no interior do
coração sob um cofre negro, que simboliza a chave escondida por debaixo do
código de acesso.
Os patamares
misteriosos que me permitem sonharem, e encontrar nublados amores de antigas
paixões, rodeado de sensações que nos cercam, e sentimentos que nos dão uma
mente apaixonada… não passam de augustas quimeras.
Envolto nos
afazeres da máquina social, novamente adormento, embalado na utopia que é o
estrépito do ruído ameaçando os tímpanos, barulhos de trompas que anunciaram o
começo elaborado como organização da humanidade - E o fim da liberdade do
pensamento, ao magicar na maneira de meditar.
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