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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

EUTANÁSIA - SIM? OU NÃO?







Essas rectas de caminhos
que nos dão segmentos interinos
no curso perpendicular à natureza
e não tem criação humana,
são perfeitos nos segmentos da tristeza
cuja luz mistérios emana.





EUTANÁSIA - SIM? OU NÃO?







Meu nome é... Anónimo.
Tenho as marcas no corpo.
O tempo mudou o sacerdócio, cicatrizes profundas no peito todo,
cortes profundamente esquisitos… não sei porque alguém arrancou?
Rasgando, levaram meus mamilos.

Meu nome é... Anónimo.
Ao pensar, fico louco de raiva!
Sim apartaram os olhos e furaram os ouvidos,, minhas mãos são coutos
abduzidos, e as unhas arrancadas dos pés, com cabeças que metem nojos…
fôram deitadas no lixo como se fossem merda de bicho!

Meu nome é... Anónimo.
Surdo, cego… não vejo nada.
Sou um qualquer escombro saído dum zoológico,  zonzo… quando me
chamam não posso faltar, sou um atormentado de qualquer jeito.
Prioridade é trucidar, com corpos atirados para o lixo ou pendurados
nas ruas como aviso de palavras escritas no peito:
- Sacerdote ao patíbulo!
- Encomendai a alma do Tinhoso!

Meu nome é... Anónimo.
Um couto de mijo… meu corpo já não é corpo, é uma parte dele que existiu
como uma parte dum qualquer todo.
Meu nome foi decepado e está incompleto, sou metade de mim deserto.
Meu corpo foi destruído, estou quebrado.
Meu corpo… sendo vivo, é como se estivesse morto.

Meu sobrenome é – Torturado.
Abandonado vivo, vivo acamado. Querendo abreviar a vida devido ao
sofrimento, escolhi um desses países onde é fácil ser executado.

Se me apontassem uma arma à cabeça perguntando: -  Qual a preferência do lado?
Responderia:  – De frente.
Só teria receio de partir neste momento com as patilhas tortas ou o risco no cabelo descomposto. Por isso, entre as sobrancelhas e a franja, ao meio da testa, apenas se notaria um pequeno orifício.
Nada que o cangalheiro não conseguisse disfarçar…

Também gostaria de levar comigo os olhos frios do amigo assassino, para quando passasse pelo inferno o pudesse cumprimentar... contente de fazer minha última vontade.
Depois, até alguém poderia comentar:
- Aquele sinal na fronte fica tão bem no retrato. Dá-lhe um ar de felicidade… só o sorriso é que não é apropriado ao momento…

Tentaram em vão toda a maneira e feitio… mas não conseguiram. Porque o desejo daqueles lábios era de alívio eterno… só os bichos ou a cal… poderão desfazer o mal desejado.
Então, porque esconder meu nome?
Não sou criminoso.
Embora me queiram leproso, eu sou estirpe de Conde do reino da nevralgia…

Meu nome é Eutanásia.

E então?
Eutanásia – Sim? 
... Ou não?















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