ELA ERA FELIZ ASSIM, COM OS DOIS…
Numa noite de verão junto ao mar,
Maria confessava seu incondicional amor a Silva de cabelos loiros, depois
de seis meses de sexo ardente e promessas de vida a dois…
- Ó Silva, como eu te amo! Sem ti,
não saberia viver! Morreria se me deixasses…
Silva entretanto, foi à sua terra
natal, prometendo voltar o mais depressa possível entre beijos e juras de
amante.
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Uns dias depois, o pai de Maria,
convidou sua irmã também casada a passar o fim de semana na casa da praia, a
qual tinha um filho morenado de nome João, primo de sua filha.
Como já não se viam há uns anos…
escusado será dizer, agora feitos homem e mulher, que se entenderam às mil
maravilhas.
Na praia, João chegou a pegar na
Maria ao colo, que encarnada que nem um tomate, ao sentir aquela protuberância
enorme junto à nádega direita… conseguiu dizer baixinho e com voz rouca de
excitação:
- Ó primo… eu tenho namorado e não
parece nada bem que…
Mas João, relaxado de ideias
fisicamente não foi de modas, e lançou a prima à água… que ao mergulhar entre o
vai e o vem da água, se puseram os dois a chapinhar entre gritos de uma e
sorrisos do outro…
Mais tarde, repousados na areia em
cima das toalhas de banho, conversavam descontraidamente, mas Maria não
conseguia tirar os olhos dos calções do primo… e em pensamentos dizia para si
mesma… «Deus! É grande!...»
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E com medo de pecar, pois era muito religiosa,
dizia para si mesma… «Ó meu Pai do Céu! Perdoa-me, eu quis dizer, Deus é
Grande!»
À noite… extremamente quente, depois
de saírem da discoteca às três horas da madrugada, chegaram a casa onde todo o
mundo dormia… ouvindo-se o leve ressonar de um dos pais, e o ronco forte de
outro que fumava dois maços de tabaco por dia…
E estando os dois bem sintonizados
como uma orquestra, um parecia um violino de vento, o outro um tambor de
metralhadora… ao lado dele, a esposa (mãe de João) dormia com algodão nos
ouvidos ferrados a chumbo.
Parecia um anjo de lambreta, tal era
a serenidade estampada no rosto… em contraste com o chiqueiro do motor
bárbaro do marido.
Ao passarem pelos quartos, e ouvindo
aquela sinfonia, soltaram baixinho uns incontidos risos, pois o caso não era
para menos.
Beijando-se nas faces como
respeitosos primos, desejaram ambos a felicitação de uma boa noite… e foram-se
deitar.
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Maria dava voltas e mais voltas na
cama com aquela imagem do enchumaço vincado na memória.
E sem conseguir dormir há mais de
uma hora, resolveu ir à sala tomar comprimido para insónia…
Ao passar pelo quarto do
primo, arregalou os olhos de espanto ao espreitar pela frincha da porta
levemente entreaberta, o corpo do João todo nu em cima da cama, que dormia
descansado com aquele coiso enorme descaído para uma das pernas…
Hipnotizada, estava ela meio
agachada, que bateu com a fronte na maçaneta da porta, não evitando um grito de
dor, pisando com um pé o outro chinelo que a fez rebolar com a cara mesmo em
frente do dito cujo… e dos olhos de surpresa do primo, que acordara e se
assentara na cama em sobressalto com o ruído.
Maria esfregava a testa cheia de
dores e uma perna dorida também, enquanto punha um dedo na boca, como para
imitar silêncio absoluto.
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João que olhava divertido para todo
aquele aparato, ao ver a camisa de dormir aberta até à barriga… e entre
as pernas de Maria aquele ouriceiro matagal… tentou ajudar a prima acariciando
o interior das coxas para aliviar o sofrimento momentâneo, enquanto
sentia o crescer do excitamento e o aperto da mão dela desviar-lhe o
coiso para o lado, tal era o comprimento do desgraçado… e os olhares de ambos
vidrados nos respectivos adereços prestes a turvarem-se…
Nesta altura, com a temperatura que
ia lá fora e lá dentro dos dois corpos, o sangue fervia como um vulcão, e como
tal rebentou com a tesão do calor, embrenhando-se os dois corpos num frenesim
de apalpões, beijos de línguas, de clitóris e do quente membro explosivo
como dinamite.
Depois a penetração, a dor e o
prazer, a repetição… e o êxtase de Maria, seis vezes em três horas, seguido dum
suspiro concentrado.
No final, já nem pensava no seu
namorado Silva… e até dizia ao seu primo João, que ele era o homem da sua vida.
Ele, por sua vez ficara feliz da
Silva, porque tinha uma paixão avassaladora pela prima, e lhe jurara fidelidade
eterna.
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É claro que, Maria não podia viver
sem o Silva porque o amava como se amam as estrelas, e era um sentimento tão
belo como o amor… assim lhe confessara ela.
Mas o João era o homem da sua vida…
porque lhe inundava o ser com prazeres lascivos, abrindo o interior a novas
medidas de comprimento, ainda que rebentasse as paredes do seu mundo com ecos
de sons infinitos na parte mais voluptuosa da sua alma.
Ou seja, o Silva era a parte
estética do amor, que despertava em Maria a parte mais romântica… e João
o lado mais sexual do prazer e que a completava em todos sentidos, ainda que os
perdesse… ela era feliz assim, com os dois… que fazer?
Todos nós sabemos.
E embora seja assim, há sempre um
que não sabe…
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